ENEL transforma uniformes EPIs usadas em coleção de moda em Goiânia (GO)

Sabe aqueles uniformes de empresas de energia que você vê aí pelas ruas para identificar os funcionários desse tipo de empresa? Normalmente esses uniformes são chamados de EPIs, que possuem faixas refletivas e muitos outros atributos específicos de segurança para garantir a proteção aos funcionários que usam essa roupa para trabalhar. Além das faixas, tecido anti-chamas, tecidos mais grossos e de qualidade em peças como calças, jaquetas, camisetas, camisas e jeans, pensados e desenhados para atender as necessidades de quem usa.

Mas quando aquele uniforme já não serve mais para o uso do trabalhador, o que a empresa pode fazer para dar o destino correto ou reaproveitar, descartando de forma responsável e correta milhares de peças de uniformes que não podem ser mais utilizadas? Esses tipo de peça não pode ser doado até como medida de segurança, já que qualquer pessoa pode se vestir com essas roupas, usar da má fé e se passar de funcionários da empresa. Então, como reaproveitar essas milhares de peças de uniforme que não possuem mais uso?

Em Goiás, a antiga ENEL transformou esses uniformes em uma nova coleção de moda, além de uma série de outros produtos para o empreendedorismo local. A empresa de energia promoveu em 2022 na cidade de Goiânia um programa de aceleração de costureiras locais com cursos de empreendedorismo e costura para 22 costureiras e mulheres empreendedoras do mercado da costura local. Elas receberam 20h de aula de empreendedorismo com a comunicadora e jornalista, fundadora do guarda-roupa compartilhado Lucidbag e da revista eletrônica circula.roupas, Luciana Nunes Pedrozo, além de 20h de aula de costura com a estilista e costureira Su Martins, criadora da Ateliê Salamandra do Fogo.

As 22 mulheres que participaram da capacitação receberam incentivos de R$ 500 a R$ 3 mil para compra de máquinas e outros materiais de trabalho. O objetivo é que elas possam desenvolver novos produtos com material reaproveitado e fazer a economia circular de forma mais ecológica e sustentável.

A dupla de profissionais também apresentou uma nova coleção feita inteiramente com tecidos e aviamentos presentes nos uniformes descartados pela empresa ENEL com peças versáteis e democrática para corpos de vários tamanhos. Luciana e Su também são parceiras de criação na Casa Rosada, espaço de criação em upcycling e moda circular localizada no centro de Goiânia e provem oficinas, projetos em colaboração com empresas e outras vivências criativas de costura e reaproveitamento de vários tipos de materiais como sacolas de papel, camisetas e outras peças de roupas usadas que são transformados em novos produtos .

Para ENEL, foi criada a coleção Energia, composta por 8 peças desenvolvidas a partir da análise e reaproveitamento das peças de unifome . Conheça as peças abaixo:

1 – Chemise desenvolvida em patchwork com camisas usadas por funcionários de escritório da ENEL;

2 – Cropped: desenvolvida com os colarinhos da cor laranja, parte da mesma camisa utilizada no chemise.

3 – Calça jeans cargo: foram reaproveitadas as calças dos uniformes com a retirada das fitas refletivas, com a adição de um bolso cargo e elástico na barra. Uma customização simples que deu uma cara mais moderna para a antiga peça.

4 – Bolsa Jeans: super sofisticada que serve para um passeio, para o trabalho e para viagens curtas. Ela foi feita com duas calças jeans, com fitas refletivas e com o zíper retirados das jaquetas também foi usado.

5 – Camiseta cropped: camiseta reaproveitada em malha com aplicação de botões de cores variadas.

6 – Ecobag: sacola em patchwork com aplicação das fitas refletivas

7 – Pantalona: em sarja e feita a partir do reaproveitamento das calças de uniforme

8 – Jaqueta: antiga jaqueta de uniforme em sarja foi descaracterizada e customizada com detalhes em retalhos de couro reaproveitado.

Para as alunas costureira e empreendedoras que participaram projetos de empresas como esses são muito importantes tanto para formação e aperfeiçoamento de profissionais da costura quanto para o reaproveitamento de roupas e tecidos que seriam descartados.

Para a participante Agnes Salem, o reaproveitamento de materiais e técnicas para fazer novas peças foi uma novidade. “Eu aprendi o tanto que o tecido em geral não está sendo descartado da forma correta. Aprendi uma palavra diferente, upcycling, nunca tinha ouvido falar. Então quer dizer que nunca é tarde para aprender uma coisa nova”, .